Ainda na edição de hoje de «O Setubalense» é publicado um artigo de opinião, sob o título “Liberdade de Imprensa”, curiosamente assinado por um “Leitor Identificado” que não se quer identificar.
Neste artigo, o “Leitor Identificado”, um homem ligado à informação, relata-nos estranhas situações passadas nas sessões da Câmara Municipal de Setúbal.
Numas dessas situações, estranhamente, a Presidente da Câmara pede a uma jornalista que grave a sua intervenção em que responde às questões levantadas pela oposição e que tinham sido gravadas pela jornalista de braço no ar, junto às colunas de som.
Na outra situação, mais estranha ainda, a Presidente de Câmara responde a um Vereador dizendo que no tempo do Mata Cáceres não havia necessidade de Boletim Municipal, pois este considerava que tinha «O Setubalense» à disposição para informar sobre a actividade do Município, e que hoje não existindo essa relação com os órgãos de comunicação social locais, nem considerando que o papel destes seja o de estar ao serviço do Município, é de toda a importância que a Câmara Municipal cumpra uma das suas funções primordiais, a de dar conhecimento aos munícipes da actividade que realiza, criando veículos de informação acessíveis ao todos, neste caso, o Boletim Municipal.
Claro que para o “Leitor Identificado”, isto confirma a tese da oposição e o facto de a Câmara Municipal publicar um Boletim Municipal onde dá nota das principais actividades que realiza incomoda muita gente, até porque muitos gostavam que parte dessa actividade fosse silenciada, dando a ideia de que nada se faz.
O “Leitor Identificado”, considerando isto um ataque às opções e à liberdade do jornal «O Setubalense», afirma que quem se sentir lesado ou entender parcial a sua cobertura da vida local pode sempre ao abrigo do direito de resposta repor a verdade. Sobre esta afirmação, dois comentários, não me parece que do próprio relato feito surja qualquer ataque à liberdade de imprensa; sobre a forma como «O Setubalense» trata o direito de resposta, legalmente consagrado, eu não me recordo de ver nenhum direito de resposta crítico em relação ao jornal publicado, mas passemos à frente…
Relativamente, a algumas questões que o Leitor Identificado deixa fica-se com uma certeza, a sua preocupação central é a de acabar com o Boletim Municipal, considerando um boletim informativo como outro órgão de comunicação social qualquer, entendendo que uma autarquia não tem o direito e a obrigação de informar os seus munícipes sobre a sua actividade, prestando contas do trabalho que desenvolve.
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