Bira Dantas
Todos os dias somos confrontados com a afirmação de que os nossos órgãos de comunicação social são livres e não têm constrangimentos à sua liberdade informativa.
Em contraposição, apresentam-nos um conjunto de países onde os meios de comunicação social estão limitados na sua acção, não podendo transmitir livremente factos e opiniões que ponham em causa os interesses de quem os domina.
Se isto assim é, então, importava saber porque razão nos órgãos de comunicação social nacionais (mas também europeus e norte-americanos) pouco ou nada se saiba sobre a situação nas Honduras, a resistência popular e a repressão que sobre ela se abate, as prisões de intelectuais, artistas e dirigentes dos movimentos populares e de sindicatos, as ilegalidades cometidas pelos golpistas, o novo “governo” não reconhecido pela comunidade internacional, o apoio da Igreja Católica aos golpistas.
O silêncio é quase absoluto.
Felizmente, é possível recorrer, por exemplo, à Cubavision, um órgão de comunicação social de um daqueles países onde me é dito não haver liberdade de imprensa, ai tem sido possível acompanhar sistematicamente a evolução dos acontecimentos, verificar a adesão de milhões de hondurenhos à resistência popular (muitos deles apoiantes de Partidos tradicionais, como o Partido Liberal) e a condenação generalizada do golpe nas ruas e, também, nas organizações internacionais.
Será que os acontecimentos nas Honduras põem em causa os interesses de quem domina a nossa democrática comunicação social?
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